Cesar Peres Dulac Müller logo

CPDMA BLOG

Category:
Date: October 9, 2019
Posted by: CPDMA Team

Transgenic soy seeds have patent protection, decides STJ

Ministros da 2ª Seção firmaram tese sobre a questão e decisão passa a valer para outros casos idênticos.

Por unanimidade, os ministros da 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmaram, nesta quarta-feira (9/10), a prevalência da lei de propriedade industrial (Lei 9.279/96) e deram à Monsanto a proteção da patente de criação das sementes de soja transgênica Roundup Ready, popularmente conhecida como “Soja RR”, validando o sistema de cobrança da empresa baseado em royalties.

A matéria foi julgada como Incidente de Assunção de Competência (IAC) – uma maneira, prevista no Código de Processo Civil, de julgar uma questão relevante, com grande repercussão social, mas que não é repetida em vários processos –, no REsp 1610728/RS, de relatoria da ministra Nancy Andrighi. Além disso, o colegiado firmou tese sobre a questão, logo, a decisão passa a valer para outros casos idênticos.

O recurso foi proposto pelos sindicatos rurais de Passo Fundo, Sertão e Santiago, e pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul contra decisão em 2ª instância do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). A discussão diz respeito à manipulação genética da soja promovida pela Monsanto, que criou a semente transgênica “Soja Round-up Ready”, capaz de gerar mudas resistentes a herbicidas formulados a base de Glifosato, proporcionando significativo ganho de produção.

A Monsanto, visando obter proteção de patente do processo de criação das sementes, estabeleceu um sistema de cobrança baseado em royalties, taxas tecnológicas e indenizações pela utilização das sementes. Mas os sindicatos alegavam que a questão teria de ser analisada sob a ótica da Lei de Cultivares, não pela Lei de Patentes – o que permitiria a reserva de sementes para replantio e a venda de produtos como alimento independentemente do pagamento de qualquer taxa à gigante do agronegócio.

Porém, o TJRS reconheceu os direitos de propriedade industrial da Monsanto sobre a tecnologia Roundup Ready aplicada na soja e a validade da cobrança de royalties dos produtores rurais para cada uso ou cultivo de sementes salvas, nos termos da Lei 9.279/96. Os sindicatos então recorreram ao STJ.

Tese firmada

O julgamento no STJ teve início em abril de 2018, quando a Corte acatou o pedido da Monsanto para que o processo fosse considerado um IAC. Em junho deste ano, a 2ª Seção começou a votar o recurso dos sindicatos.

Na ocasião, a ministra Nancy afirmou que os agricultores não estavam impedidos de fazer o uso da soja convencional mas, a partir do momento que optavam pelo uso da sementes transgênica, por invenção patenteada, ficava “inafastável” o dever de contraprestação da tecnologia investida. Após o voto da relatora, o ministro Marco Buzzi pediu vista.

Nesta quarta, ao apresentar seu voto vista, Buzzi acompanhou o entendimento da ministra Nancy e a seguinte tese proposta por ela:

“As limitações ao direito da propriedade intelectual constantes do art. 10 da lei 9.456, aplicáveis tão-somente aos titulares de certificados de proteção de cultivares, não são oponíveis aos detentores de patentes de produto e/ou processo relacionado a transgenia, cuja tecnologia esteja presente no material reprodutivo de variedades vegetais”.

Os demais ministros também acompanharam a relatora e, por unanimidade, o recurso foi negado.

Com a decisão, basta que as empresas registrem a patente no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual) e, devidamente registrada, a lei das patentes prevalece.

Após a decisão, o advogado da Monsanto comemorou e disse que o resultado era importante, pois trazia segurança jurídica para as empresas:

“Essa é a importância desse julgamento, o que se define hoje é no STJ é a possibilidade das empresas de biotecnologia investirem em novas tecnologias e disponibilizar essas tecnologias aos agricultores com segurança jurídica porque sabe que vai receber”, afirmou Luiz Henrique Oliveira.

Ele não descartou a possibilidade de que a outra parte recorra ao Supremo Tribunal Federal, mas avaliou que seria difícil prosperar, por falta de base para a discussão:

“Esse é um assunto infraconstitucional, acho muito difícil o Supremo (Tribunal Federal) aceitar julgar essa matéria, mas eu não tenho dúvidas que a parte contrária vai recorrer e vai levar os seus argumentos. Com o que a gente tem, já antecipa que não há muita base para uma discussão no STF”, concluiu.

Fonte: Karla Gamba via Jota.

Return

Recent posts

The risk of not being aware of a brand's changes

A marca de azeites portugueses GALLO aproveitou a proximidade da Páscoa e anunciou uma modificação na forma de apresentação da marca e do rótulo de seus produtos. Segundo o diretor de marketing da empresa, Pedro Gonçalves, a nova identidade visual foi inspirada em uma lenda sobre a origem da marca. Ele relata que em 1919, […]

Read more
The protection afforded to highly renowned trademarks

In recent weeks, news has been circulating on legal websites that the Federal Court has annulled a registration for the "CHEVETTE DRINK" trademark. The registration, with a nominative presentation, was considered annullable for infringing article 124, item VI, of the Industrial Property Law (LPI), which prohibits the registration of signs of a generic nature, commonly used for [...]

Read more
Electronic Judicial Domicile: companies must register by May 30

Large and medium-sized companies [1] across the country will have until May 30, 2024 to voluntarily register with the Electronic Judicial Domicile, a tool of the Justice 4.0 Program that centralizes information and communications about cases in Brazilian courts. After this deadline, registration will be compulsory, starting [...]

Read more
Was the instability on Instagram and Facebook the result of a court decision?

There has been speculation over the last few days as to whether the instability of the social networks Instagram and Facebook is a result of the court decision handed down by the São Paulo Court of Justice (TJSP), which ordered Meta Platforms, INC., which owns the platforms, to refrain from using the 'META' trademark, first registered in Brazil by the company Meta Serviços [...].

Read more
Misuse of a trademark by a former partner can be recognized not only as unfair competition, but also as bad faith.

On February 14, the newspaper "Valor Econômico" published an article in which it was pointed out that the São Paulo Court of Justice had recognized unfair competition in the improper use of a trademark by a former partner. The article, however, does not give the number of the case in which it would be possible to analyze more details of the decision, but it does inform that the individuals had signed a [...]

Read more
The first sanctions applied by the National Agency for the Protection of Personal Data (ANPD) were a wake-up call for companies: the LGPD is a serious law and must be complied with.

The General Personal Data Protection Law - Law No. 13,709/18 (LGPD) was published in 2018 and came into force in 2020. This deadline was given to public and private legal entities (processing agents) that collect, store or process the personal data of individuals, in Brazil or abroad, in order to [...]

Read more
crossmenuchevron-down
en_USEnglish
linkedin Facebook pinterest youtube lol twitter Instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter Instagram